Pergunte-me como o Coaching, pode fazer você, atingir seus objetivos:
As lamparinas de São Pedro

Elza Conte
Uma doce saudades da sua filha que o ama muito

Sempre imaginei que o tempo apagaria de nossa mente vozes e ruídos, que fisicamente não mais acontecem. Surpreendentemente você é conduzido para dentro de si e encontra tais sons intactos em forma de eco, dominando o tempo e o espaço.

E com os sons chega infalivelmente os sinais de um lugar tão familiar, que nos parece não ter sido destruído, a Lassi (éramos nacionalistas na época a grafia é esta mesma) latindo nervosamente no quintal para chamar a atenção, a vitrola tocando "Amando sobre o mar", de pessoas rindo felizmente, como se o tempo tivesse lá parado. A valsa "Amando sobre o Mar" , de Zequinha de Abreu, foi a música dançada no dia do casamento de meus pais, apaixonadamente meu pai ouvia sem parar esta música.

- "Eu já contei para vocês a história ..?"

... Assim infalivelmente elas começavam

- "Esta semana ainda não, pai ...". Era talvez uma forma inteligente de nos fazer voltar ao senso comum....

Com um sorriso meigo e brejeiro, assumindo o papel de um ator que entra pela enésima vez num palco, preparado na expressão e na marcação, mostrando a mesma emoção do dia da estréia, a sua narração começava.

O discurso era lento com pausas cadenciadas, qual um ator experiente com perfeito domínio da oratória, mas com o coração de quem tem a esperança de encontrar no tempo, cada uma das palavras, cada uma das emoções.

A história da lamparina de São Pedro era a medida exata de consolo a algum "patrício", que havia perdido um ente querido.

E ele acreditava nelas, isso que é mais fantástico .... Ele acreditava mesmo que São Pedro falava só em Italiano!?!

Mas que absurdo !!!. As minhas contestações de adolescente, sempre foram insuficientes para convencê-lo ao contrário.

- Certa vez um "cumpa" (perdoem-me se houver erros. Era assim a pronúncia abrasileirada de Compadre) foi visitar São Pedro (nunca entendi direito como ele chegou lá para uma simples visita, pequeno detalhe sem a menor consideração nesse relato)

O celeste guardador da portas do céu, por onde esperamos algum dia passar (queira Deus), recebeu o "cumpa" para uma visita. Como bons compadres, conversaram muito sobre todos os parentes, almoçaram, etc, etc.. Logo após os atos de recebimento ao visitante, São Pedro como bom anfitrião, mostrou-lhe todas as dependências do céu e principalmente um local onde, pelas descrições, seria o arquivo geral das almas.

Um local cheio de lamparinas, cada uma delas representava alguém na terra, com uma perfeita descrição de todas suas atividades e atos. Porém o mais importante era que cada uma das tais lamparinas, através de algumas condições especiais, era ou não alimentada com óleo, para que sua luz não se apagasse.

Nesse momento a narrativa ganhava detalhes sofisticados sobre a forma e cuidados especiais no tratamento de cada uma delas.

Surpreso e de certa forma preocupado pela narrativa ouvida, o "cumpa" perguntou a São Pedro, porque algumas lamparinas não recebiam mais óleo, pois que estavam quase se apagando.

Segundo São Pedro, as lamparinas quase se apagando, eram aquelas que estavam mais perto de si.

- Mais perto do "cumpa"!? ( A esta altura dos acontecimentos, qualquer um de nós estaria preocupado com a situação da sua, não é mesmo?!?)

Contrariamente a má impressão causada, segundo São Pedro, aquelas almas proximamente chegariam no céu, para receberem a proteção e cuidados do Celestial Porteiro.

- Mas São Pedro, retrucou o "cumpa", veja aquela acaba de se apagar.

- Aquela é a sua. Chegou a hora de você ficar. (Nesse momento eu entedia finalmente, como e porque o visitante teria ido até lá)

Todos os laços de amizade com São Pedro foram insuficientes, para convencê-lo a qualquer tipo de favorecimento.

- Ma cumpa !!! Retrucou o visitante boquiaberto.

- Cumpa si Cumpa, mas tua hora chegou.

Os muito ouvintes desta história, contadas com o jeito característico do imigrante italiano (e ele nem o era), certamente foram consolados em suas dores de uma forma diferente e cheia de calor humano ao expressar, que a morte tem dia certo.

Por tantas vezes e com tanto calor humano ter contado esta história, imagino-o hoje, ajudando São Pedro, a atender nossos pedidos, para iluminar caminhos e alimentar as nossas lamparinas. Cá para nós, acho mesmo que, sem São Pedro ver, de vez em quando ele coloca um pouquinho a mais de óleo do que devia.

Após algum momento difícil ou de enfermidade, você já sentiu algum gosto de óleo na boca?

Ele foi ao encontro de São Pedro em um dia 29 de junho (dia de São Pedro). Alguém inconsolável murmurou:

- Será que São Pedro tem alguma coisa a haver com isto??

Felizes como eu, os que puderam ter um pai simples e meigo em suas vidas, que mostrou a muitas pessoas que sentem muitas saudades da sua presença, a força dignificante do amor...Receba meu Velhinho João, um carinho muito afetuoso pelo dia de hoje, inspire os pais que você puder a passar amor a seus filhos.

   

 

 

 

 

 

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Elza Conte - Uma Coach que acredita em constante reconstrução.