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Meu primo Orlando - Saudades

Escrevi este artigo, há alguns anos quando meu primo Orlando, precisou ir para uma casa de repouso. O mínimo que podia oferecer-lhe, era o carinho de um artigo com motivações para continuar a viver. Hoje ele vive entre as estrelas.

Lembro-me, de bem pequenina (um dia eu fui), um dos meus sonhos era consertar você (O Orlando nasceu com paralisia cerebral, que afetou sua locomoção pela vida toda). Havia outros sem dúvida, eu achava maravilhosa a vida de uma mosca, poder voar, esconder-se, entrar em qualquer lugar sem ser percebida. Fazer aquela viagem junto com Peter Pan e Sininho, conhecer o mundo inteiro, suas montanhas, seus mares, tudo isto visto de cima, como se o mundo fosse um brinquedo, e eu pudesse mudar as peças ao bel prazer.

Nestas revoltas infantis, eu não entendia bem porque você era diferente dos outros e porque eu não podia como que em um passe de mágica deixá-lo igual. Naquela época você falava muito em morte e eu tinha pressa em ter poderes sobrenaturais para não perdê-lo.

Aprendi nas angústias que sentia, que toda a beleza da vida não esta no "conserto das situações", mas está no entendimento, na importância que cada um de nós tem no espaço que ocupa. A observação que a vida inteira fiz de você, fez-me aprender sobre a sabedoria da paciência, Aprendi com você a valorizar o seu tempo e seu espaço. Você pode não ter conseguido tudo o que queria nesta vida, mas certamente foi sempre um guerreiro ao tentar consegui-las.

Sabe grandão (apelido de família), poucas pessoas tem esta força interior e esta presença forte de espírito, para permanecer nos outros. Às vezes acho que você brinca com o guerreiro e o herói de você mesmo. Admiro a sua capacidade de esgotar seus próprio potenciais, a capacidade de criar e de recriar-se no amor.

Em verdade, meu primo, meu amigo, meu confrade nossas jornadas heróicas são histórias de sobrevivência, que simbolizam jornadas humanas e englobam erros e sofrimentos, medo e dor, solidão e isolamento, glórias e recompensas. Por meio delas se aprende a ser sábio, a lamber as próprias feridas, a usar o próprio poder com parcimônia e a ser capaz de amar.

Nós tivemos uma grande sorte na vida, de termos pais que nos amaram, penso que seja esta a estrutura que nos sustenta. Tenho muita pena dos jovens com os quais convivo que desconhecem a grandeza deste tipo de solidez que a nossa gênese nos proporciona.

Meu pai, que você tão bem conheceu e que foi o seu pai também, um dia disse-me o seguinte, após eu ter reclamado que ele dormia na minha cama: Filha eu durmo na sua cama, para poder sentir o seu cheiro. Que pai nos dias de hoje consegue ter esta simplicidade e a grandeza de um poeta para fazer tal afirmação?

E o seu pai lembra? Teve a sensibilidade de doente ir despedir-se de minha mãe, uma semana antes de sua morte. Premunição? Sensibilidade? Não sei... Isso é sem dúvida amor, forte, intenso, capaz de ultrapassar os limites da vida. Estas lembranças me acalentam e me alimentam.

Um dia o Dr, Norberto Pasqua, lembra dele? Em uma das memoráveis palestras que nos fez, disse: Você começa a envelhecer quando deixa de ter sonhos para ter saudades. Esta frase foi um marco em minha vida. Por isso as saudades que tenho é das coisa que não aconteceram. Sinto saudades da minha incapacidade de te-lo consertado e sinto uma tremendo orgulho de você fazer parte de minha vida e o coloco nos meus mais sublimes sonhos, de que você seja sempre muito feliz.

Nos meus devaneios vejo todos nós naquele velho caminhãozinho, cantando modinhas de carnaval e desejando que o bimbalhar dos sinos(*) nos traga paz, amor e justiça.


(*) Bimbalhar dos sinos - era constante nos cartões de natal no passado.


   

 

 

 

 

Master Practitioner em PNL

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Elza Conte - Uma Coach que acredita em constante reconstrução.